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Crédito Habitação, Investimento

Taxa fixa ou variável? Qual a melhor?

Optar por um crédito de taxa variável, historicamente mais barato a longo prazo, mas sujeito às oscilações da Euribor? Ou fixar a taxa de juro e garantir constância mensal, mesmo que, no fim, possa pagar mais? Saiba o que deve ter em conta na altura de decidir entre taxa fixa ou variável.
17 abr 2024 min de leitura

O contexto de valores da inflação e de taxas de juro associadas aos créditos à habitação mais elevados levou alguns consumidores a considerarem propostas de taxa fixa, para lidarem com a subida das prestações. Há muitas dúvidas, tanto para quem tem um empréstimo em curso, como para quem vai iniciá-lo. Não foi há muito – em 2008 – que a Euribor ultrapassou os 5%, deixando muitas famílias a braços com o pagamento de prestações inflacionadas. Este cenário ameaçou repetir-se quando as taxas de juro atingiram os 4% no final de 2023.

Existe muita incerteza quanto à evolução da Euribor nos próximos tempos. O que fazer, então? Optar pela taxa variável e ficar sujeito aos humores da Euribor, que poderá voltar a subir ou então descer de forma muito lenta, ou preferir um crédito com taxa fixa, que, não sendo necessariamente mais barato, oferece a segurança de uma prestação estável?
 

TAXA FIXA E VARIÁVEL FRENTE A FRENTE

Ao contrário do que acontece em muitos países europeus, o número de empréstimos que utilizam uma taxa fixa durante todo o contrato, em Portugal, é residual (apenas 4% do total, em dezembro de 2023, segundo o Banco de Portugal). Tal deve-se à oferta reduzida e pouco atrativa, por parte dos bancos nacionais, ao longo dos anos.

Com este tipo de taxa de juro, o consumidor sabe sempre o valor da prestação que irá pagar. Se a Euribor subir, não será afetado pelo aumento da prestação; no entanto, também não beneficiará do inverso, ou seja, se a Euribor baixar, a prestação não acompanhará essa descida.

Desde 2023, as instituições passaram a ser obrigadas a disponibilizar créditos de taxa fixa. Contudo, a legislação não criou valores de referência para essa oferta, deixando-os à discrição dos bancos. Apesar do número crescente de oferta de taxa fixa de longo prazo, acima dos 20 anos, muitas são de prazo curto e assim de difícil opção válida para o consumidor.

Já nos produtos com taxa variável, os spreads continuam a descer, para acomodar os valores mais elevados da Euribor. É com relativa facilidade que é possível obter valores abaixo de 1% na generalidade dos bancos.

E, depois de um longo período em que prevaleceu a Euribor a 12 meses, regressam as ofertas bancárias com o indexante a 3 ou a 6 meses. O que significa isto? A taxa do empréstimo e, consequentemente, a prestação são revistas mais frequentemente. Esta prática é favorável ao consumidor num cenário de descida das taxas, já que essa descida reflete-se mais rapidamente na prestação, mas poderá ser prejudicial num contexto de agravamento.
  

TAXA MISTA GANHA TERRENO À VARIÁVEL N OS NOVOS CONTRATOS

Em dezembro de 2023, foram contratados, em Portugal, quatro vezes mais novos empréstimos para compra de casa com taxa mista do que em dezembro de 2022. Esta quota foi conquistada ao território da taxa variável.

Dados do Banco de Portugal demonstram que os consumidores viram na taxa mista uma alternativa ao aumento das taxas de juro variáveis. No entanto, estas continuam a reinar no mercado do crédito à habitação português, figurando em 80% dos contratos em vigor no final de 2023.

Tendo em conta os valores que estão a ser praticados nos contratos de taxa variável (uma média de 4,87% em dezembro de 2023), pondere, nesta fase, contratar um crédito de taxa mista. Fixando a taxa de juro durante um período não superior a três anos, ficará protegido de aumentos que venham a ocorrer. Entretanto, pode ser que já tenha havido um alívio nas taxas de juro variáveis.
 

A QUEM INTERESSA A TAXA FIXA?

Tirando as recentes propostas de curto prazo referidas anteriormente, de uma forma geral, quanto menor for o prazo em que a taxa permanece fixa, maior a probabilidade de não ocorrerem oscilações na Euribor que compensem o que vai pagar a mais face a um financiamento com taxa variável. Ou seja, um crédito com taxa fixa apenas por cinco anos, que passe depois a estar indexado à Euribor pelo resto do prazo, pode não valer a pena, se a prestação desses primeiros cinco anos for muito superior à que pagaria num crédito com taxa variável. A taxa fixa só compensa se este montante for inferior. 

Se prevê poupar algum dinheiro para ir abatendo o crédito, tenha em conta que a comissão por amortização antecipada na taxa fixa (2%) é quatro vezes mais elevada do que na taxa variável. Em 2024, a amortização antecipada de créditos para aquisição ou construção de habitação própria permanente com taxa variável estará obrigatoriamente isenta de comissão. Além disso, os bancos são menos propensos a renegociar um contrato de taxa fixa.

Além dos aspetos puramente financeiros, num contexto que se afigura instável, pese também a componente emocional, sobretudo se não lida bem com o imprevisível, e tome a decisão acertada para si.

Fonte: Deco Proteste
Noticia Completa. Deco Proteste

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