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Investimento, Legislação

Vistos gold: investimento a descolar

Fim das ARI em Lisboa e Porto está perto e pode provocar corrida ao imobiliário até ao fim do ano. Restrições em vigor em 2022.
26 set 2021 min de leitura

O investimento captado através dos vistos gold recuou 38% em agosto, em termos homólogos, para 35,3 milhões de euros, mas subiu quase 60% face ao mês anterior, segundo contas feitas pela Lusa com base nos dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
 

Em agosto, o investimento resultante do programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI) somou 35.333.660,06 euros, menos 38,7% face a igual mês de 2020 (57,6 milhões de euros). Face a julho (22,1 milhões de euros), o investimento cresceu 59,7%.
 

De acordo com os dados estatísticos do SEF, em agosto foram concedidos 64 ARI, dos quais 56 por via da aquisição de bens imóveis (16 para reabilitação urbana) e oito através do critério de transferência de capitais. A compra de bens imóveis totalizou em agosto um investimento de 30,4 milhões de euros, dos quais 5,9 milhões de euros para reabilitação urbana, enquanto a transferência de capitais somou mais de 4,8 milhões de euros.

Vistos gold
(Foto de nappy en Pexels)


Por países, foram concedidos 19 vistos “dourados” à China, nove aos EUA, cinco à Rússia, três ao Canadá e outros três ao Brasil. Nos primeiros oito meses do ano foram atribuídos 550 vistos gold.

Neste período, o investimento captado por via deste instrumento totalizou 295,1 milhões de euros, um recuo de cerca de 40% face aos mais de 496 milhões de euros registados nos primeiros oito meses de 2020. O programa de concessão de ARI, lançado em outubro de 2012, registou até julho último — em termos acumulados — um investimento de 5.934.165.237,77 euros.

Fim dos vistos gold pode provocar corrida a imóveis em Lisboa e Porto

O Governo aprovou no final do ano passado o diploma que altera o programa de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI), determinando o fim da atribuição dos chamados vistos gold nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.  As restrições só se vão aplicar a partir de 1 de janeiro de 2022, e a verdade é que o fim do regime poderá provocar uma corrida ao imobiliário até ao final do ano.

"Atualmente verificamos um crescimento acentuado de clientes para Golden Visa em Lisboa e no Porto devido ao facto de o programa, no modelo atual, ter uma data definida para o seu término", confirma Ricardo Garcia, diretor de residencial da Savills Portugal, citado pelo Dinheiro Vivo.

Vistos gold
(Photo by Aperture Vintage on Unsplash)


Uma opinião partilhada pela CEO da REMAX. “Durante este ano verificou-se uma procura mais acentuada na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente nas zonas de reabilitação urbana com um investimento menor, na ordem dos 350 mil euros”, refere Beatriz Rubio à mesma publicação.


De acordo com a responsável, "durante este último quadrimestre haverá uma enorme procura de apartamentos nas regiões que em 2022 deixam de estar no programa de Golden Visa (Áreas Metropolitana de Lisboa, Porto e Algarve), seja no investimento dos 500 mil euros ou dos 350 mil euros, em que os processos possam ser entregues até 31 de dezembro de 2021 no SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras)".


*Com Lusa

Fonte do artigo: Idealista
Notícia completa: Idealista/vistosgold

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